Senão vejamos. Em 1904, o City foi o primeiro time de Manchester a vencer um dos grandes troféus do futebol inglês ao vencer o Bolton na final da FA Cup daquela temporada. Isso sem contar que o time quase conseguiu o double naquele ano, mas acabou com o vice-campeonato da liga.
Em 1937, o City ganhou seu primeiro campeonato inglês. No entanto, no ano seguinte o time fez aquela que deve ser a pior defesa de título da história, sendo rebaixado para a Second Division.
E em 1956, o City venceu uma de suas cinco FA Cup numa final que é considerada uma das mais espetaculares da história.
Sim, foi no dia em que Bert Trautmann segurou o Birmingham em Wembley com um dos ossos do pescoço quebrado.
Trautmann, com o pescoço quebrado, indo receber sua medalha de campeão da FA Cup de 1956 |
Na época, o time venceu a liga pela segunda vez, levou outra FA Cup e na virada da década ganhou seu primeiro título internacional, a UEFA Cup Winners’ Cup. Além disso, foi naquele espaço de tempo que a torcida Citizen viu três de seus maiores jogadores desfilarem sua categoria em Maine Road: Mike Summerbee, Colin Bell e Franny Lee.
Na década de 70, o time levantou o troféu da Copa da Liga ao vencer o Newcastle na final, mas a história nem sempre é apenas sobre taças.
Certamente, o momento mais emblemático daquele período foi quando Denis Law deu seu empurrão, de calcanhar, para mandar o United para a segunda divisão.
Inconformados, os torcedores do United invadiram o gramado após o icônico gol de calcanhar de Denis Law |
O último derby em Maine Road também tem sua carga histórica não só pela despedida do estádio em si, mas também por ter sido o dia em que Shaun Goater marcou seu centésimo gol pelo City.
E se os anos 80 tiveram seus momentos pontuais de glória, o mesmo não se pode dizer dos anos 90. Se fora de campo, a cidade e o time eram bem representados pelo Oasis, dentro dele não era bem assim – especialmente na segunda metade da década, quando o time experimentou a sensação de jogar na terceira divisão pela primeira vez em sua centenária história.
Entretanto, foi justamente nessa época, uma das mais sombrias do clube, que um dos jogos mais incríveis do time aconteceu.
Sim, é aquela final dos playoffs contra o Gillingham em 99 que este que vos escreve não cansa nunca de mencionar. E nem vai. E que Noel Gallagher abençoe Kevin Horlock, Nicky Weaver e, principalmente, Paul Dickov.
50 do segundo tempo? Sem problema! Mesmo na terceira divisão, o City sempre foi um time propenso a grandes feitos |
Mas sabem o que esses momentos todos têm em comum? Todos eles são história; registrada em vídeos, fotos, livros, sites e qualquer outra forma de arquivo possível.
E é, também, por isso que as pessoas falam sobre esses fatos até hoje – exatamente como este blogueiro o faz neste momento. Sabem por quê? Porque o City não é sobre dinheiro, contratações milionárias ou um árabe entediado que resolveu jogar Football Manager. Aliás, passa ao largo de ser o caso.
Se é pra falar sobre riquezas, que se fale também sobre a história do time que é, sim, riquíssima. Talvez não com tantas glórias quanto Liverpool, United ou Arsenal, por exemplo. Mas o que esse clube passou pra chegar até aqui tem tanto valor quanto qualquer outra história e, sim, ela merece ser contada.
– Mas, e o momento que o City vive hoje?
Também história. E vocês querem saber qual é a melhor parte? É que ela está sendo escrita diante dos nossos olhos. Como no gol de Agüero contra o QPR, quando Martin Tyler disse que ninguém veria nada parecido com aquilo novamente.
Podem ter certeza que ele não falou por falar. Tanto Martin Tyler quanto qualquer um de nós sabe que aquele dia 13 de maio vai ser assunto pelos próximos 50 ou 100 anos.
Manchester City are still alive here... Balotelli... Agüeroooooooooooooooo!!! |
Mesmo depois de muito tempo, as pessoas vão, sim, continuar falando sobre aquilo.
Sabem por quê? Porque é história.
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